Outra confusão envolve a ideia de que os fabricantes pagam multas enormes, como £15,000, por cada veículo a combustão extra vendido. Na realidade, o sistema de "comércio de emissões veiculares" (VETS) permite que fabricantes negociem créditos. Quem vende menos ZEVs pode comprar créditos de quem vende mais.
O princípio, embora detalhado em 92 páginas de orientação governamental, é simples. Não atingir a meta significa comprar créditos de quem a ultrapassa. Muitas montadoras preferem não desrespeitar a meta por medo da reputação verde, embora tudo se resuma a uma transação comercial.
Créditos são commodities negociáveis. Se a demanda por carros a combustão crescer, o preço dos créditos sobe; se cair, o preço baixa. O valor de £15,000 é um limite máximo, pago apenas se uma montadora optar por não participar da troca de créditos.
Atualmente, o preço dos créditos está baixo. Fabricantes podem "emprestar" créditos de anos futuros ou receber créditos por reduzir emissões de CO2 em veículos convencionais. Pequenas montadoras têm suas próprias flexibilidades, e carros movidos a célula de combustível também contam como ZEVs.
Para caminhões, há um esquema parecido com percentuais de ZEVs mais baixos, possivelmente beneficiando veículos a hidrogênio.
Não estamos sendo forçados a adotar carros ZEV, nem 28% das pessoas são obrigadas a usá-los. Os compradores de carros a combustão podem, de certa forma, subsidiar os ZEVs, tornando-os mais acessíveis. Assim, o mandato pode ser cumprido naturalmente pelo mercado. Como em muitos aspectos da política pública, a lógica é que quem polui paga.
Resumo: O mandato ZEV do Reino Unido é menos rigoroso do que parece. O comércio de emissões permite flexibilidade, e o mercado naturalmente encorajará a adoção de veículos elétricos sem obrigar 28% dos consumidores a comprá-los.