Recentemente, México, Canadá e EUA decidiram adiar as tarifas por 30 dias antes de sua implementação. Embora esse movimento possa parecer positivo, os possíveis impactos ainda geram preocupação.
As novas tarifas, que são de 25% sobre produtos do Canadá e México e de 10% sobre energia canadense e produtos chineses, podem fazer com que o preço dos veículos aumente em até US$ 3.000. Analistas têm alertado que os fabricantes em Detroit serão os mais afetados, enfrentando riscos ao lucro se não ajustarem seus preços ou a produção.
No último ano, foram importados 3,6 milhões de veículos do Canadá e México, sendo que 2,5 milhões vieram do México. Por exemplo, a Stellantis tem 40% de suas vendas nos EUA provenientes desses países. Para a GM e a Ford, as porcentagens são de aproximadamente um terço e 25%, respectivamente. Além dos veículos, cerca de metade dos US$ 200 bilhões em bens automotivos importados do Canadá e México consiste em componentes utilizados na montagem nos EUA.
A maior parte dos veículos fabricados nos EUA conta com peças importadas dos países vizinhos. Modelos icônicos, como o Ford F-150, são exemplos dessa realidade, pois têm uma classificação abaixo no índice de produção americana. Mudanças significativas na cadeia de suprimentos podem ser caras e demoradas, além de não garantirem que as tarifas sejam temporárias ou permanentes.
As tarifas não impactam apenas as montadoras dos EUA, mas também as japonesas, coreanas e europeias. Por exemplo, 40% dos veículos da Volkswagen vendidos nos EUA são fabricados no México. A potencial implementação de tarifas sobre produtos da União Europeia também complica a situação, especialmente com as declarações de Trump sobre déficits comerciais.
Fabricantes como BMW e Mercedes-Benz, que têm exportações significativas para os EUA, enfrentarão grandes desafios. Para o Grupo Volkswagen, que inclui marcas como Audi e Lamborghini, os EUA representam cerca de 15% das exportações totais.
O anúncio das tarifas levou a quedas acentuadas nas ações das montadoras globais. Marcas como Honda, Nissan e Toyota tiveram desvalorizações expressivas. Estima-se que bilhões de dólares foram perdidos no valor das empresas automotivas em resposta a essa medida.
Apesar do discurso de Trump, segundo o qual tarifas seriam um imposto sobre estrangeiros, na prática, elas encarecem as importações para os EUA, resultando em custos que recaem sobre os consumidores americanos. Com menos opções disponíveis e preços mais altos, o cenário automobilístico enfrenta um período de incerteza e desafios.
Resumo: As tarifas impostas por Trump ameaçam aumentar os preços dos veículos nos EUA, afetando tanto as montadoras locais quanto as internacionais. A incerteza sobre a duração dessas medidas e seus impactos pode alterar significativamente o mercado automotivo, trazendo consequências diretas para os consumidores americanos.