Imagine um cenário em que uma montadora com apenas 10 anos de existência já esteja colaborando no desenvolvimento de veículos para gigantes do setor, como no acordo entre Volkswagen e Xpeng. Esse exemplo ilustra a velocidade com que as montadoras chinesas estão adquirindo habilidades que antes levavam décadas para serem dominadas.
A Xpeng tem o objetivo de se tornar uma empresa global focada em mobilidade definida por inteligência artificial. A empresa já está investindo pesado em pesquisa e desenvolvimento, com cerca de 40% de sua equipe dedicada a essas áreas, principalmente em software e IA. Entre suas conquistas está o desenvolvimento do chip Turing AI, capaz de suportar modelos com até 30 bilhões de parâmetros, projetado para produtos da próxima geração, incluindo veículos com condução autônoma de Nível 4.
Tradicionalmente, montadoras não produzem chips. Porém, Brian Gu, da Xpeng, acredita que o design interno de chips oferecerá uma vantagem competitiva. Segundo Gu, os carros estão se tornando mais produtos tecnológicos do que mecânicos, exigindo um ciclo de desenvolvimento mais rápido.
Gu prevê que, em breve, a capacidade de desenvolver tecnologias como software, chips e modelos de IA internamente será crucial para as montadoras. Para ele, nem todas as empresas sobreviverão a essa revolução. O sucesso no setor de veículos elétricos inteligentes exigirá mais do que as capacidades automotivas tradicionais.
Os carros inteligentes, definidos por IA, estão a caminho e mais rápido do que se imagina. A necessidade de adotar a IA como competência central impulsionará a consolidação da indústria automotiva, entre fabricantes tradicionais e novas empresas chinesas. A colaboração entre Volkswagen e Xpeng é só o começo.
A Xpeng está desafiando limites ao desenvolver internamente tecnologias de ponta, incluindo o chip Turing AI, marcando uma nova era para a indústria automotiva, centrada na inteligência artificial e na mobilidade global.