A gigante de eletrônicos Foxconn, famosa por fabricar iPhones, pode ser a salvação da Nissan. A empresa está avaliando a aquisição total ou parcial da participação de 36% da Renault na Nissan. “Conversamos sobre adquirir uma participação na Nissan”, disse Young Liu, presidente da Foxconn. Contudo, ele enfatizou que o principal objetivo da Foxconn é a cooperação, não apenas a compra de ações.
A situação da Nissan é crítica. O lucro operacional caiu 90% no primeiro semestre de 2024, e um executivo declarou que a empresa tem apenas 12 a 14 meses de sobrevivência. Após o fim das negociações de fusão com a Honda, as ações da Nissan caíram 6,3%. Com uma capitalização de mercado atual de US$ 10,34 bilhões, a Nissan está 34% abaixo do valor de um ano atrás. A empresa precisa urgentemente de um parceiro capitalizado, e a Foxconn tem os recursos necessários, já que vale mais de dez vezes a Nissan atualmente.
A Foxconn pretende replicar no setor automotivo seu sucesso com eletrônicos, oferecendo montagem de veículos para outras marcas. Em outubro de 2024, revelou dois novos modelos elétricos, ampliando sua linha para seis opções de designs personalizáveis.
Já bem-sucedida com o crossover Model C da Luxgen, a Foxconn pode obter, ao investir na Nissan, acesso a tecnologias de uma montadora com presença global significativa. O modelo de negócios de manufatura contratual da Foxconn pode ser atraente para as montadoras, especialmente em segmentos competitivos de baixo lucro e alto volume. Contudo, capital sozinho pode não ser suficiente para resolver a crise da Nissan. Um ex-executivo criticou a falta de uma identidade clara para a marca Nissan.
A possível entrada da Foxconn na Nissan pode representar uma nova fase para a montadora japonesa em dificuldade. A gigante dos eletrônicos oferece potencial financeiro e expertise de produção, mas o verdadeiro desafio para a Nissan será definir sua identidade e relevância no futuro do setor automotivo.