O atual governo dos EUA está perto de concretizar a promessa de campanha de Donald Trump de remover o incentivo fiscal para veículos elétricos (EV) e híbridos plug-in. A Câmara dos Representantes aprovou um projeto de lei, chamado "One Big, Beautiful Bill", que já foi enviado ao Senado e propõe acabar com o crédito fiscal federal para esses veículos antes de 2026.
O projeto não para por aí. Além de extinguir o incentivo fiscal, ele institui uma taxa de registro anual para EVs e híbridos. Essa medida visa compensar a ausência de contribuição desses veículos no imposto sobre combustíveis, que ajuda a financiar a manutenção das rodovias. As taxas propostas são:
- US$ 250 anuais para EVs
- US$ 100 anuais para híbridos
As taxas sugeridas parecem desproporcionais quando comparadas às contribuições fiscais de veículos movidos a combustíveis fósseis. Para um EV, a taxa equivaleria ao imposto pago por um carro que consome 1.358,7 galões de combustível anualmente. Um exemplo extremo seria compará-la ao consumo do Bugatti Chiron Super Sport, que paga uma quantia similar de imposto e custa milhões de dólares.
No caso dos híbridos, a cobrança de US$ 100 ainda supera a média de consumo de modelos como o Toyota Camry Hybrid. Essa injustiça pode desencorajar a adoção de veículos elétricos e híbridos, em vez de promover a equidade nas contribuições para as infraestruturas rodoviárias.
A necessidade de que os EVs contribuam para a infraestrutura é válida, mas o método atual proposto parece punir esses veículos, em vez de nivelar o campo de jogo. Um projeto de lei que equilibre as contribuições justas dos EVs é fundamental, mas as projeções financeiras deste não parecem alinhadas a esse objetivo.
O projeto de lei enviado ao Senado pretende eliminar o crédito fiscal para EVs e introduzir taxas de registro anuais, afetando negativamente a adoção desses veículos eficientes. Apesar da justificativa de arrecadar fundos para a infraestrutura, as taxas sugeridas parecem desproporcionais, sinalizando uma abordagem que precisa ser reavaliada para fomentar a equidade no financiamento das rodovias.