Desembalei tudo. Peças numeradas, tudo sob controle. As rodas parecem incríveis. Já os manuais, nem tanto: apenas diagramas sem palavras, e a parte do controle remoto está em chinês. Hora de recorrer ao Google.
Logo percebi que seguir as instruções à risca não era tão fácil. Tudo tem que ser milimetricamente alinhado. Organizei as peças para economizar tempo, mas a simplicidade teórica se desvanece na prática.
Algumas noites depois, a repetição me fez personificar partes do modelo: "conectores pretos são 'tubinhos', os longos são 'martelos'". Já montei o chassi traseiro: motor, eixos, braços da suspensão e discos de freio. Meus dedos sentem o esforço.
Concluída a primeira parte, restei intrigado com alguns diagramas absurdos. Segui em frente, mas um erro me forçou a recuar algumas páginas. Aparentemente, eu era o culpado.
No meio do caminho, esbarrei em um exaustivo 'túnel de transmissão', necessitando uma pausa para retomar o ânimo. A primavera passou, e o projeto agora se arrasta pelo verão.
Finalmente, alcanço a decisão de duas ou quatro rodas. Opto pela tração integral do AMG One. O corpo começa a tomar forma, e a sensação de realmente montar um carro se torna real.
Com a chegada do outono, o modelo está quase completo. Chegou a hora da estrutura interna: a montagem do interior exige precisão, mas finalmente tomo uma visão coesa do projeto.
Os cabos e fios persistem em suas complexidades. Um pequeno deslize e um elemento essencial escapa. Entretanto, supero todos esses entraves. As portas, quebradiças como sempre, finalmente se erguem e abaixam com o toque suave de um fã em exibição.
Com o Natal à vista outra vez, termino o modelo. E que visão! Mesmo com todas as dificuldades, o resultado é um espetáculo. Por mais sólidas que sejam as aparências, a menor tentativa de movimentação do modelo revela suas falhas estruturais. As 'freiras' traseiras caem e paralisam a ação.
A grandiosa conclusão? Esse exemplo de engenharia permanece inativo, servindo como um tributo na parede. Uma aula de perseverança e de como não morder mais do que se pode mastigar, com uma nova sabedoria: jamais me aventurar em outro projeto do tipo.
Montar o modelo do AMG One provou-se um verdadeiro teste de paciência e habilidade. Apesar dos percalços e das noites sem dormir, o resultado final compensa pela imponência estética e como lembrete pessoal de determinação e limites.
![]() | Esse projeto parece ser um caso clássico de otimismo que se transforma em frustração. Montar um modelo tão complexo não é pouca coisa, e posso entender como isso pode levar alguém à loucura. |
![]() | Você já pensou em mudar para um modelo mais simples? Parece que esse foi uma verdadeira dor de cabeça! |